Guarda municipal de Parauapebas é denunciado por tortura em abrigo de criança 6nv2b

Ministério Público foi acionado e Câmara de Vereadores irá ajudar na apuração. Gerente e cuidador do Acolhimento foram afastados, segundo líder do Governo.

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Quem ouve um áudio, de nove minutos, com a voz de um adulto ameaçando agredir fisicamente crianças de um abrigo – onde deveriam se sentir protegidas – fica horrorizado com tamanha brutalidade. A voz seria de um guarda municipal de Parauapebas responsável por fazer a segurança do Acolhimento Institucional Crescer e Brilhar, no dia 29 de maio deste ano, quando foi inaugurado pela prefeitura. 4l171z

A voz foi gravada por um servidor da instituição, ganhou as redes sociais e foi parar na Câmara Municipal de Parauapebas, onde o vereador Zé do Bode (União) usou a tribuna para denunciar a gravidade do caso e cobrar providências do secretário municipal de Assistência Social, Neil Armstrong. Ainda da tribuna, o parlamentar apresentou partes do áudio. “Eu não me importo se é criança, se é preto, se é branco. Eu quebro mesmo, e f*”, esbraveja a voz.

Em outro trecho, mais violência: “Vocês querem é porrada. E tô aqui pra dá. Eu gosto é de dá porrada, de quebrar, de vê gente chorando, de vê gente estirada no chão. Eu gosto é dessa p*. Eu gosto é disso. Eu tenho é raiva de gente que pega e fica fazendo, dando cafezinho ali na mesinha. Pra que diabo de mesinha”.

No áudio, também é possível ouvir crianças sendo agredidas fisicamente. Segundo as denúncias, um segundo guarda municipal teria participado da tortura psicológica e física, inclusive usando arma de choque. E tudo na presença dos servidores do Acolhimento. Outras vozes são ouvidas no áudio, e o nome do gerente do acolhimento é citado.

Seria do gerente a voz que reclama de “duas peças” – referindo-se a adolescentes – que se recusam a estudar, o que volta a provocar aquele que seria guarda municipal. Ele debocha e continua com as ameaças. “Deram tapa na mesa. Segundo os relatos, até agrediram crianças. É inaceitável, é desumano, é criminoso. Essas crianças não têm pai, não têm mãe e agora não têm segurança quando deveriam se sentir minimamente protegidas. Quem cuida era pra chegar lá e resolver problemas”, manifestou-se Zé do Bode.

Providências da prefeitura e da Câmara

Na sessão da Câmara, o líder do Governo, vereador Léo Márcio (SD), foi rápido em prestar esclarecimentos sobre o caso. Ressaltou que a denúncia já chegou à 5ª Promotoria da Infância e da Juventude, em Parauapebas, que a Polícia Civil está investigando o caso e que tanto o gerente do Acolhimento quanto o cuidador do dia da tortura “foram afastados preventivamente” do cargo. E que o afastamento já teria sido publicado no Diário Oficial do Município (E-Domp), o que não foi encontrado pela reportagem até as 15h desta terça-feira (11).

“É importante ainda saber o seguinte: as crianças estão sendo ouvidas e os conselheiros tutelares já estão trabalhando essa situação”, anunciou Léo Márcio, para assegurar que a Câmara “não fechará os olhos pra nenhum tipo de situação como essa”. Como presidente da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da CMP, composta ainda pelas vereadoras Maquivalda Barros (PDT) e Érica Ribeiro (PSDB), Léo Márcio afirmou que o caso será apurado também pelo Legislativo municipal.

“A gente não está aqui pra fazer um julgamento de nada nem de ninguém. Nós não somos Polícia, nós não somos Judiciário, mas nós vamos ajudar a apurar, e nós não vamos deixar que situações como essa em em branco. Nós temos crianças ali sendo cuidadas. São crianças que anteriormente já foram abandonadas por suas famílias, por pais, enfim. É uma situação realmente muito complicada e nós não iremos fechar os olhos”, enfatizou o vereador.

O presidente da Câmara, vereador Anderson Moratório (PRD), anunciou que não apenas a Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente irá entrar no caso, mas também a Comissão de Direitos Humanos. “Não somos Poder Judiciário nem temos Poder de Polícia, mas compete a nós investigar, encaminhar os órgãos responsáveis todo ato ou omissão que atenta aos princípios da liberdade e dignidade humana. Então, aqui o meu repúdio. Aqui cabe a nós investigarmos. Meu respeito a todos que compõem a Secretaria de Segurança, a todos que compõem a Secretaria de Assistência Social porque temos muitas pessoas comprometidas e competentes, mas essa casa precisa de fazer o seu papel. E irá fazer”, garantiu o chefe do Legislativo.

Serviço: Para denunciar violência de crimes contra criança e adolescente Disque 100.

Texto: Hanny Amoras (Jornalista – MTb/PA 1.294)

Foto: Marcelo Casal / Agência Brasil

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